Através de contos que registram a história das lavadeiras do semiárido mineiro, escritor do Vale do Jequitinhonha evoca a narrativa épica do sertão brasileiro
O poeta e escritor Diêgo Alves, com toda a potência artística que ele herda de seu ofício com as artes dramáticas, nos apresenta, através de seus contos, um Vale do Jequitinhonha que vai muito além da tão propagada imagem de miséria e desolação com que se costuma usar para ilustrar a vida nos sertões do Brasil. Suas narrativas também nos desvelam um lugar de encantamento, ancestralidade, mistério, poesia e luta.
Diêgo Alves nos dá o privilégio de ouvir as vozes de personagens femininas pouco ou nunca ouvidas em nossa sociedade, num verdadeiro coro que nos encanta pela melodia da sua linguagem, mas também nos provoca a reflexão social. Desse coro de lavadeiras formado por mulheres negras, que à beira do rio Araçuaí entoam suas dores e esperanças, ecoa a força épica dessas personagens em uma sociedade adversa e muitas vezes cruel. A resiliência da mulher sertaneja retratada em seus contos nos revela a verdadeira bravura e dignidade, que é a daquelas e daqueles que resistem e se insurgem dia a dia contra os preconceitos e violências cotidianas de nossa sociedade.
O Vale do Jequitinhonha, nas narrativas de Diêgo Alves, se torna mais do que o palco dessas lutas, é o lugar por onde ecoam as femininas vozes que se recusam a se silenciar. Vozes de personagens como Nazinha, Germana e Mulher, que se embalam na rítmica do fluir das águas que contornando as pedras imitam as Mulheres das histórias de Diêgo Alves, que superam as dificuldades e obstáculos e seguem sempre em frente.
Lançamento dia 15/09 no Instagram da Editora em @editoralpheratz
A obra pode ser adquirida em nossa livraria parceira em www.livrariadante.com.br